Topo

Como está a guerra entre Irã e Israel: veja últimas notícias sobre ataques

do UOL

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte, e do UOL, em São Paulo*

23/06/2025 13h02Atualizada em 23/06/2025 13h11

O conflito entre Israel e Irã chegou ao 11º dia. O exército israelense anunciou hoje que atacou áreas de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra na região oeste do Irã. Em Israel, as sirenes soaram alertando sobre mísseis iranianos.

O que aconteceu

Mais de 15 aviões israelenses de combate foram utilizados. Segundo comunicado do Exército de Israel, o ataque neutralizou "várias instalações de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra direcionados ao território israelense".

Exército israelense publicou lista de alvos atingidos no Irã. Segundo ele, centros de comando e ativos pertencentes à Guarda Revolucionária do Irã e às forças de segurança interna foram atacados.

Entre os alvos citados estão:

  • Quartel-general da milícia Basij, braço da IRGC responsável pela aplicação da lei islâmica e pela repressão a civis;
  • Corpo Alborz, que supervisiona as operações de segurança e militares em Teerã;
  • Centro de comando Thar-Allah, voltado à defesa da capital,
  • Corpo Sayyed al-Shuhada, responsável pela defesa interna do território. Também foi atingida a Diretoria de Inteligência das Forças de Segurança Interna, encarregada do monitoramento de informações e da censura de mídia.

Seis aeroportos do Irã foram atacados nas regiões oeste, centro e leste. De acordo com o Exército israelense, pistas, hangares e aeronaves foram destruídas, incluindo aviões militares F-14, F-5 e AH-1.

Exército israelense afirmou ter atacado seis aeroportos iranianos - Reprodução/X @IDF - Reprodução/X @IDF
Exército israelense afirmou ter atacado seis aeroportos iranianos
Imagem: Reprodução/X @IDF

Rotas que levam à usina nuclear de Fordow também foram alvo. No X, o Exército israelense afirmou que o objetivo era obstruir o acesso ao local.

Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) disse que um bombardeio israelense atingiu uma área próxima ao prédio em Teerã. Um vídeo divulgado pela instituição no Telegram mostra uma coluna de fumaça no local do ataque.

Judiciário iraniano informou que bombardeios israelenses atingiram a Penitenciária Evin, em Teerã. Partes da instalação foram danificadas, mas a situação permanece "sob controle", segundo o site Mizan Online, vinculado ao Judiciário iraniano. A penitenciária é conhecida pelos maus-tratos a presos políticos.

Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que ataque de hoje foi um dos maiores contra o Irã até agora. "As IDF (Forças de Defesa de Israel) estão atualmente atacando, com força sem precedentes, alvos do regime e órgãos de repressão governamental no coração de Teerã", disse ele em um comunicado.

Sirenes soaram em várias regiões de Israel. O Exército israelense alertou sobre o lançamento de mísseis iranianos. Diversas explosões foram ouvidas em Jerusalém.

23.jun.2025 - Membros das forças de segurança e serviços de emergência israelenses trabalham em uma área isolada no local do impacto de um foguete iraniano, perto da cidade de Ashdod, no sul do país - GIL COHEN-MAGEN / AFP - GIL COHEN-MAGEN / AFP
23.jun.2025 - Membros das forças de segurança e serviços de emergência israelenses trabalham em uma área isolada no local do impacto de um foguete iraniano, perto da cidade de Ashdod, no sul do país
Imagem: GIL COHEN-MAGEN / AFP

Depois de 30 minutos sob alerta, população israelense foi autorizada a sair de abrigos. Os serviços de emergência de Israel não relataram feridos até o momento.

Ataque dos EUA

Irã ameaçou os EUA hoje após ataque às instalações nucleares da República Islâmica. "O ato hostil (...) ampliará o alcance dos alvos legítimos das Forças Armadas da República Islâmica do Irã e abrirá o caminho para a expansão da guerra na região", declarou o porta-voz das Forças Armadas, Ebrahim Zolfaghari.

Foto de arquivo mostra o bombardeiro B-2 dos EUA - Força Aérea dos EUA/AFP - Força Aérea dos EUA/AFP
Foto de arquivo mostra o bombardeiro B-2 dos EUA
Imagem: Força Aérea dos EUA/AFP

Anteontem, sete bombardeiros B-2 lançaram 14 bombas destruidoras de bunkers contra o Irã. "O presidente [Donald Trump] autorizou uma operação de precisão para neutralizar as ameaças aos nossos interesses nacionais representadas pelo programa nuclear iraniano", afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.

Avaliações iniciais indicaram que três instalações nucleares do Irã sofreram danos e destruição extremamente graves, segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine. Ele se recusou a especular se alguma capacidade nuclear iraniana ainda poderia estar intacta.

Agência quer acesso às instalações nucleares

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) exigiu hoje acesso às instalações nucleares iranianas. Segundo o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, o intuito é avaliar as reservas de urânio altamente enriquecido após os ataques dos EUA.

Imagem de satélite mostra região de Fordow, no Irã, depois de bombardeio dos EUA à instalação nuclear subterrânea - 22.jun.2025-Maxar Technologies/Handout via Reuters - 22.jun.2025-Maxar Technologies/Handout via Reuters
Imagem de satélite mostra região de Fordow, no Irã, depois de bombardeio dos EUA à instalação nuclear subterrânea
Imagem: 22.jun.2025-Maxar Technologies/Handout via Reuters

Grossi afirmou que bombardeios norte-americanos provavelmente causaram danos "muito significativos" às áreas subterrâneas da usina de enriquecimento de urânio de Fordow. "Dada a carga explosiva utilizada e à natureza extremamente sensível à vibração das centrífugas, espera-se que tenham ocorrido danos muito significativos", disse o diretor da AIEA após afirmar que ninguém consegue avaliar completamente os danos neste momento.

Inspetores desejam fazer um balanço sobre estoques de urânio, "especialmente dos 400 kg enriquecidos a 60%", disse Grossi. O diretor também afirmou que o Irã enviou uma carta à AIEA em 13 de junho, afirmando ter implementado "medidas especiais para proteger os equipamentos e materiais nucleares".

Rússia pronta para ajudar

23.jun.2025 - O presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, apertam as mãos durante uma reunião no Kremlin, em Moscou - Alexander KAZAKOV / POOL / AFP - Alexander KAZAKOV / POOL / AFP
23.jun.2025 - O presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, apertam as mãos durante uma reunião no Kremlin, em Moscou
Imagem: Alexander KAZAKOV / POOL / AFP

Rússia afirmou na manhã de hoje que está pronta para ajudar o Irã no confronto com Israel. A posição de apoio ao Irã por parte da Rússia é clara, diz porta-voz do Kremlin. Dmitry Peskov afirmou que a Rússia deu uma validação importante a Teerã ao se posicionar ao lado do país, e que já ofereceu ajuda para mediar o conflito.

Ajuda ao país pode ser dada de formas diversas e "tudo depende do que o Irã precisa", afirmou o porta-voz. Segundo Peskov, Vladimir Putin discutiu a situação do Irã com Donald Trump nas suas últimas conversas.

Chefe da diplomacia iraniana está em Moscou. Abbas Araqchi chegou ao país hoje e deve conversar com Putin e oficiais sobre a "situação regional e internacional após a agressão militar dos Estados Unidos", afirmou uma fonte à agência de notícias AFP.

Rússia condenou os ataques americanos ao Irã e classificou bombardeios como "irresponsáveis". O país presidido por Putin e o Irã são grandes aliados.

Príncipe herdeiro exilado do Irã pede mudança de regime

23.jun.2025 - Líder da oposição iraniana e filho do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, concede entrevista coletiva em Paris - JOEL SAGET / AFP - JOEL SAGET / AFP
23.jun.2025 - Líder da oposição iraniana e filho do último xá do Irã, Mohammad Reza Pahlavi, concede entrevista coletiva em Paris
Imagem: JOEL SAGET / AFP

Reza Pahlavi era herdeiro do trono quando a dinastia iraniana foi deposta. O pai dele, Mohammed Reza Pahlavi, fugiu em 1979 quando a Revolução Islâmica começou e morreu no Egito em 1980. A monarquia foi, então, substituída por uma teocracia que dá extensos poderes ao líder supremo e vigora até hoje.

Príncipe incentivou mudança de regime por meio da desobediência civil não violenta para derrubar os aiatolás. Em discurso em Paris, ele se ofereceu para liderar uma ''transição democrática''. ''Não busco poder político, mas sim ajudar nossa grande nação a navegar por este momento crítico rumo à estabilidade, à liberdade e à justiça'', declarou.

(Com AFP, Reuters e RFI)


OSZAR »