Objetivos israelenses contra Irã ainda não foram cumpridos, diz porta-voz
O porta-voz do exército israelense, Rafael Rozenszajn, afirmou hoje que apenas neutralizar as instalações nucleares do Irã não resolve o conflito, já que o regime tem mísseis balísticos apontados para Israel.
O que aconteceu
Rozenszajn afirmou que Irã tem um plano para destruir Israel. Em entrevista à GloboNews, o porta-voz disse que Israel "não pode permitir que o regime totalitário e cruel tenha mísseis balísticos direcionados para Israel".
Segundo porta-voz, Israel quer impedir atuação do Irã em três frentes: primeiro, no programa nuclear; segundo, na produção de mísseis balísticos e terceiro, na atuação do Irã em grupos terroristas. Segundo Rozenszajn, o Irã lidera "todos os grupos terroristas" no Oriente Médio.
De acordo com Rozenszajn, Israel quer, sim, acabar com guerra o mais rápido possível. "Nós não gostamos de guerra. Essa guerra foi imposta ao estado de Israel", afirmou. Ele também disse que "o que está em jogo é o futuro existencial do estado de Israel."
Por fim, porta-voz comemorou resultado da ofensiva israelense no Irã. "Nossos êxitos são muito maiores do que o esperado", afirmou. Rozenszajn se negou a dar informações sobre os próximos passos do Exército israelense.
Israel e Irã entram no 11º dia de confronto
Exército israelense anunciou hoje que atacou áreas de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra na região oeste do Irã. Mais de 15 aviões de combate foram utilizados. Segundo comunicado do Exército de Israel, o ataque neutralizou "várias instalações de lançamento e armazenamento de mísseis terra-terra direcionados ao território israelense".
Exército israelense publicou lista de alvos atingidos no Irã. Segundo ele, centros de comando e ativos pertencentes à Guarda Revolucionária do Irã e às forças de segurança interna foram atacados.
Entre os alvos citados estão:
- Quartel-general da milícia Basij, braço da IRGC responsável pela aplicação da lei islâmica e pela repressão a civis;
- Corpo Alborz, que supervisiona as operações de segurança e militares em Teerã;
- Centro de comando Thar-Allah, voltado à defesa da capital,
- Corpo Sayyed al-Shuhada, responsável pela defesa interna do território. Também foi atingida a Diretoria de Inteligência das Forças de Segurança Interna, encarregada do monitoramento de informações e da censura de mídia.
Seis aeroportos do Irã foram atacados nas regiões oeste, centro e leste. De acordo com o Exército israelense, pistas, hangares e aeronaves foram destruídas, incluindo aviões militares F-14, F-5 e AH-1.
Rotas que levam à usina nuclear de Fordow também foram alvo. No X, o Exército israelense afirmou que o objetivo era obstruir o acesso ao local.
Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) diz que bombardeio atingiu área próxima ao seu prédio em Teerã. Um vídeo divulgado pela instituição no Telegram mostra uma coluna de fumaça no local do ataque.
Judiciário iraniano informou que bombardeios israelenses atingiram a Penitenciária Evin, em Teerã. Partes da instalação foram danificadas, mas a situação permanece "sob controle", segundo o site Mizan Online, vinculado ao Judiciário iraniano. A penitenciária é conhecida pelos maus-tratos a presos políticos.
Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que ataque de hoje foi um dos maiores contra o Irã até agora. "As IDF (Forças de Defesa de Israel) estão atualmente atacando, com força sem precedentes, alvos do regime e órgãos de repressão governamental no coração de Teerã", disse ele em um comunicado.
Sirenes soaram em várias regiões de Israel. O Exército israelense alertou sobre o lançamento de mísseis iranianos. Diversas explosões foram ouvidas em Jerusalém.
Depois de 30 minutos sob alerta, população israelense foi autorizada a sair de abrigos. Os serviços de emergência de Israel não relataram feridos até o momento.
Ataque dos EUA
Irã ameaçou os EUA hoje após ataque às instalações nucleares da República Islâmica. "O ato hostil (...) ampliará o alcance dos alvos legítimos das Forças Armadas da República Islâmica do Irã e abrirá o caminho para a expansão da guerra na região", declarou o porta-voz das Forças Armadas, Ebrahim Zolfaghari.
Anteontem, sete bombardeiros B-2 lançaram 14 bombas destruidoras de bunkers contra o Irã. "O presidente [Donald Trump] autorizou uma operação de precisão para neutralizar as ameaças aos nossos interesses nacionais representadas pelo programa nuclear iraniano", afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.
Avaliações iniciais indicaram que três instalações nucleares do Irã sofreram danos e destruição extremamente graves, segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine. Ele se recusou a especular se alguma capacidade nuclear iraniana ainda poderia estar intacta.
(Com AFP, Reuters e RFI)