Bolsas de valores dos EUA e SEC negociam para flexibilizar regulamentações
NOVA YORK (Reuters) - Operadoras de bolsas de valores dos EUA estão em negociações com a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) sobre a flexibilização dos encargos regulatórios para as empresas de capital aberto, buscando incentivar a listagem de empresas mais valorizadas, de acordo com quatro pessoas familiarizadas com o assunto.
As deliberações, cujos detalhes estão sendo divulgados pela primeira vez, envolvem a SEC, a Nasdaq e a Bolsa de Valores de Nova York. As reformas em discussão vão desde a redução do volume de divulgações e dos custos de abertura de capital até medidas para dificultar a volatilidade causada por investidores minoritários, disseram as fontes em condição de anonimato.
As negociações, que, segundo as fontes, estão em andamento há vários meses, ocorrem em meio a um novo impulso para flexibilizar as regulamentações sob o comando do presidente Donald Trump, cujo governo afirmou que deseja fazê-lo para estimular o crescimento econômico.
Alguns especialistas do mercado disseram que essas discussões podem representar o avanço mais significativo para introduzir uma reforma regulatória para as empresas desde que a Lei "Jumpstart Our Business Startups" foi sancionada pelo ex-presidente Barack Obama em 2012.
"Os números são muito claros: as empresas estão permanecendo privadas por mais tempo", disse o presidente da Nasdaq, Nelson Griggs, à Reuters. Griggs disse que a operadora discutiu com órgãos reguladores de Washington a possibilidade de tornar as bolsas de valores mais atraentes, sem especificar quais entidades foram abordadas.
A Nasdaq tem defendido publicamente a redução dos custos por meio de soluções como a modernização do processo de registro de procurações.
Em uma declaração à Reuters, Jaime Klima, conselheiro geral do NYSE Group, disse que a entidade "continuará a defender as empresas listadas junto a reguladores e formuladores de políticas".
A SEC, liderada pelo novo presidente Paul Atkins, disse que está procurando flexibilizar as regras que podem impedir a formação de capital.
A entidade não comentou sobre as discussões específicas que teve com as bolsas e outras partes interessadas.
(Reportagem de Anirban Sen em Nova York; reportagem adicional de Chris Prentice e Krystal Hu)