Powell vai a comitê do Senado para 2º dia de depoimento no Congresso dos EUA
Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, estava no Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira para um segundo dia de depoimento aos parlamentares, comparecendo ao Comitê Bancário do Senado, depois de ter se apresentado perante a Câmara dos Deputados no dia anterior.
O discurso de Powell ao Senado foi o mesmo realizado ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, informou o Fed no início da audiência no Senado.
Mesmo com a inflação mais moderada do que o esperado, o banco central dos EUA espera que as tarifas levem a preços mais altos a partir de meados do ano, disse Powell à Câmara na terça-feira, e o Fed não se sentirá confortável em cortar a taxa de juros até que veja se os preços sobem de forma mais persistente.
"Devemos começar a ver isso durante o verão, nos números de junho e julho... Se isso não acontecer, estaremos perfeitamente abertos à ideia de que o repasse (aos consumidores) será menor do que pensamos e, se isso acontecer, será importante para a política monetária", disse Powell na terça-feira.
"Acho que, se as pressões inflacionárias permanecerem contidas, chegaremos a um ponto em que reduziremos os juros mais cedo ou mais tarde... Não quero apontar para uma reunião específica. Não acho que precisemos ter pressa", principalmente devido ao mercado de trabalho forte e à grande incerteza sobre o impacto das tarifas.
As tarifas já aumentaram para alguns produtos, mas há um prazo final em 9 de julho para o aumento das taxas sobre um amplo conjunto de países - sem nenhuma certeza sobre se o governo voltará à tarifa básica de 10% que os analistas estão usando como mínima, ou se imporá algo mais agressivo.
O Fed tem mantido sua taxa de juros estável na faixa de 4,25% a 4,5% desde dezembro, apesar das exigências do presidente Donald Trump de cortes imediatos e profundos nos juros.
As projeções econômicas divulgadas pelo Fed na semana passada mostraram que os membros preveem a redução de 0,5 ponto percentual da taxa até o fim do ano.
Porém, dentro dessas projeções, há uma clara divisão entre as autoridades que levam o risco de inflação mais a sério - 7 dos 19 das autoridades não preveem nenhum corte neste ano - e aquelas que acreditam que qualquer choque nos preços será menos grave ou desaparecerá rapidamente. Dez dos 19 prevêem duas ou mais reduções.